"Arcos de Valdevez, onde Portugal de fez!", é sem sombra de dúvidas uma das terras mais bonitas de todo Minho e de Portugal, com uma história ímpar, tendo sido parte integrante de dois episódios históricos ligados à independência de Portugal.
Arcos de Valdevez é vaidoso pela riqueza das suas belíssimas paisagens entre serras, planaltos, vales, barragens, cascatas e uma biodiversidade riquíssima que deve ser preservada.
Para além de toda a beleza natural, é igualmente uma zona de tradições e costumes, já habitada desde o período neolítico, constituída por pequenas aldeias que sabiamente combateram o passar do tempo, recorrendo a um espírito comunitário muito próprio, subsistindo através da agricultura e da pastorícia.
A uns meros 60 minutos do Porto, mais precisamente no distrito de Viana do Castelo, encontra-se o verdejante Município de Arcos de Valdevez, o maior concelho de todo Alto-Minho com cerca de 445 km quadrados, integrando uma grande parte do Parque Nacional Peneda Gerês, e da Reserva Transfronteiriça Gerês-Xurês declarada pela UNESCO.
Arcos de Valdevez sofre a influência de um clima de tipo atlântico, que assume algumas feições consoante a variação da altitude, caracterizado por chuvas abundantes e temperaturas moderadas.
O ponto mais alto do município situa-se na Pedrada - Serra de Soajo, com a altitude de 1416 metros.
A origem do nome Arcos de Valdevez está ligado a 2 aspetos:
à Ponte dos Arcos localizada no seu centro;
e à localização da vila ser num vale, atravessado pelo Rio Vez ("Vez" - origem Celta).
Em outros tempos, esta terra era chamada de Arcobriga (origem Romana/Celta), e também de Terras do Vez ou Terras de Val-de-Vez.
No que toca ao enquadramento histórico, Arcos de Valdevez detêm registos ligados à pré-história, justificados pelos diversos achados arqueológicos, de que se destaca o Núcleo Megalítico do Mezio.
O seu principal evento histórico, é o Torneio de Valdevez (1141) também conhecido por "Reencontro, Recontro ou Bafordo de Valdevez", que foi um importante e decisivo episódio da História de Portugal ligado à fundação da nacionalidade. Tendo em conta este episódio histórico, e tendo em conta que o mesmo estará na origem da celebração do Tratado de Zamora (1143), o Município de Arcos de Valdevez assumiu o slogan turístico "Arcos de Valdevez, onde Portugal se sez!". Posto isto, todos os anos é realizado uma feira medieval em Arcos de Valdevez, intitulada de Recontro de Valdevez.
Arcos de Valdevez também terá sido um dos palcos ligados à Guerra da Restauração, em que, em 1662, a vila foi incendiada pelo general governador de armas de Castela, D. Baltazar Rojas Pantoja, tendo inclusive estabelecido o seu quartel-general no Paço de Giela.
Da Guerra da Restauração resultaram os Fortes do Extremo.
Todo o concelho é caracterizado pela paisagem verde, com a fauna e flora abundante, e o Rio Vez que marca a vida arcuense, por alguns estudiosos considerado, o rio menos poluído da Europa.
Em termos de flora, as espécies mais características são o carvalho, o medronheiro, o azevinho, o azereiro ou o pinheiro, e diversas espécies de arbustos como urzes e giestas, bem como outras espécies apenas encontradas nesta região.
Com abundância de água e floresta cerrada, a fauna encontra aqui um habitat perfeito, podendo se encontrar exemplares tais como javali, texugo, lontra, marta, esquilo-vermelho, lobo-ibérico, corço, águia-real, águia-de-asa-redonda, falcão, víbora-cornuda, cobra-d’água, lagarto-d’água, salamandra, e em outros tempos até ursos (extintos).
Encontra-se também em Arcos de Valdevez a Mata do Ramiscal, uma zona de proteção total do Parque Nacional Peneda Gerês, isto por deter ainda a flora primitiva portuguesa.
A gastronomia do Alto-Minho, será sem dúvida uma das melhores a nível nacional e também mundial.
Ao longo do ano, são muitos os que se deslocam a Arcos de Valdevez, vindos das cidades, para saborear os pratos típicos, sendo que inclusive o Município de Arcos de Valdevez detêm um programa de turismo denominado de "Fins de Semana Gastronómicos", propositadamente para combater a sazonalidade característica do turismo nestas regiões.
Arcos de Valdevez é uma terra conhecida sobretudo pelas suas carnes e doces, mas também pelos seus vinhos, nomeadamente os vinhos verdes.
Os pratos típicos de Arcos de Valdevez são:
No que diz respeito aos doces, Arcos de Valdevez detêm autoridade nesta matéria, sendo que, o doce Charutos dos Arcos, a 7 de setembro de 2019, venceu o concurso nacional 7 Maravilhas de Portugal na categoria dos doces, num total de 907 as candidaturas submetidas.
Os doces de Arcos de Valdevez são:
Relativamente aos vinhos, Arcos de Valdevez encontra-se inserido na região demarcada dos vinhos verdes, porem, inserido nos vinhos verdes encontram-se várias castas. As castas referentes à zona de produção de Arcos de Valdevez são:
Brancos: Loureiro, Arinto e Trajadura.
Tintos: Vinhão, Barraçal e Espadeiro.
Com uma localização geográfica atrativa, a unicamente 60 minutos do Porto, e integrando uma grande parte do Parque Nacional Peneda Gerês, o Turismo Rural em Arcos de Valdevez é já uma fatia considerável da economia local.
São ilimitados, os recantos e miradouros de uma beleza ímpar, caracterizados por vales e montanhas, ribeiros e florestas, animais e pessoas, costumes e tradições.
A natureza, conserva todo o seu encanto original, e esconde aldeias comunitárias de serra tais como Sistelo, Soajo, Peneda, e outras tantas que ladeiam a Serra do Soajo.
Nas encostas do Rio Lima e do Rio Vez, onde o vinho amadurece e o sol se põe., erguem-se velhas casas senhoriais, torres, pontes e templos.
Aqui as populações mantêm os seus usos e costumes ancestrais, os valores artísticos e etnográficos relacionados à arte popular, os ofícios e utensílios, o folclore, as festas e exposições, e as romarias.
Paz e silêncio da serra, maravilhas que a vista alcança, ruralidade com simpatia, excelência da gastronomia, Arcos de Valdevez um episódio na vida.
Também com o passar do tempo, e sendo uma característica tão humana, a imaginação ou simplesmente a verdade, deram origem a uma grande quantidade de lendas, tais como:
O Juiz de Soajo
A Cabeça da Velha
Moira Encantada de Giela
Senhora da Peneda e a Pastorinha
A Veiga da Matança
As Bodas do Cemitério
Mosteiro do Ermelo
O Velho de Cabreiro
A Velha Sarramalha
As Feiticeiras do Mezio
O Acompanhamento
A Berrega ou Pito da Morte
O Livro de São Cipriano
O Monteiro com D. Dinis as Costas
O Varrimento da Feira de Valdevez