Antes de visitar o Castelo Roqueiro de Santa Cruz, através deste link, deve ler e conhecer um pouco mais acerca do concelho de Arcos de Valdevez.
Em Arcos de Valdevez, na encosta direita do vale do Rio Vez, mesmo por cima do aglomeramento urbano, verifica-se um afloramento granítico com uma altura e relevo considerável.
Como tal, tendo em conta as características deste fenómeno de origem natural (penedos), por volta do século 11, converteu-se em um castelo roqueiro românico de nome “Castelo Roqueiro de Santa Cruz”. (Doc. nº 420, Diplomata ef Chartae, de 1059).
A título de curiosidade, os castelos roqueiros foram as primeiras estruturas amuralhadas defensivas surgidas em Portugal no decurso dos séculos X e XI.
Inicialmente a construção destas estruturas partia das próprias populações locais, devido à inexistência de um poder central bem definido, e aos ataques constantes de mouros e saqueadores normandos, sendo utilizados como refúgios dos povos em caso de ataque.
Os castelos roqueiros, eram sempre construídos sobre um afloramento rochoso com vista a tirar máxima vantagem do terreno, sendo constituídos simplesmente por uma muralha sem torres, com pedras mal aparelhadas unidas em junta seca.
O Castelo Roqueiro de Santa Cruz, durante séculos até ao século 12, desempenhou um papel fundamental como principal sede da Ribeira-Lima, cabeça do Julgado de Arcos de Valdevez (unidade administrativa). Apresentava-se assim, como entidade física de apoio à defesa, segurança, estímulo e fixação de populações, considerando-se um ponto-chave no apoio à defesa da fronteira com a Galiza como castelo de retaguarda.
O Castelo Roqueiro de Santa Cruz é também por historiadores e populares associado a eventos históricos marcantes:
Reencontro de Valdevez: D. Afonso Henriques terá possivelmente utilizado o Castelo Roqueiro de Santa Cruz como ponto de defesa estratégica, justificado pelo impasse que ele conseguiu criar diante da vantagem numérica de D. Afonso XII, até acordarem o bafordo.
Guerra da Restauração: o Castelo Roqueiro de Santa Cruz terá sido utilizado como castelo de retaguarda, à imagem do Castelo da Nóbrega. “Do alto os portugueses arrebolavam pedras aos espanhóis aquando da subida!”.
A estratégia régia de reforço e modernização da defesa da linha de fronteira, que teve início no século 13 e envolveu a construção de fortificações com estruturas mais avançadas, orientadas não apenas para a defesa, mas também para o ataque (ex.: Castelo de Lindoso), resultou no abandono dos antigos castelos. Isso é claramente evidenciado pelo fato de que, nas Inquirições de D. Afonso III de 1258, o Castelo Roqueiro de Santa Cruz surge já como abandonado (“ora jaz effe caftllo deribado” - ora já este castelo derrubado).
Foi assim retirado o Castelo Roqueiro de Santa Cruz da sua função militar.
Do Castelo Roqueiro de Santa Cruz, restam os vestígios do aparelho ciclópico de uma cerca de planta subcircular (muralhas), que envolveria uma torre fortim central implantada no topo do afloramento granítico.
Da torre restam os rasgos dos alicerces.
Hoje, este castelo é um local de interesse turístico, nomeadamente um miradouro, onde os visitantes podem apreciar a paisagem encantadora de uma grande parte do Vale do Vez
O acesso deve ser feito a pé, e requer robustez física devido terreno e degraus acidentados.
Se vai visitar o Castelo Roqueiro de Santa Cruz, em antes deve visitar o Museu Espaço Valdevez em Arcos de Valdevez, onde poderá fazer a sua pré-interpretação.